Parabéns Lívia de Paula!
Há muito tempo acompanho e sou grande admirador dos seus “escritos”… …e embora eu não seja um profissional da Psicologia, mas quando “Minas entra nessa história”, pego uma carona e viajo “nos seus dizeres”. Afinal, sou mineiro e há mais de quatro décadas frequento a nossa querida Piumhi, e, Cá entre nós, durante todo esse tempo, vivendo e compartilhando grandes emoções, considero nossa Cidade Carinho, minha segunda “Terra Natal”.
Para quem ainda não sabe, a ideia de criar um espaço na internet no qual eu pudesse compartilhar minhas experiências profissionais surgiu do meu amor pela escrita como forma potente de expressão, da minha experiência como autora colaboradora no Blog parceiro Psicologia no SUAS e da minha percepção de que as (os) profissionais psi carecem de textos que dialoguem com a prática cotidiana, que tenham, é claro, um embasamento teórico, mas que primem por uma linguagem que seja capaz de conectar as (os) chamadas (os) “profissionais da ponta” com este embasamento. Minha proposta com o Blog Cá entre nós, Psi! surge então do desejo de estabelecer um diálogo de igual para igual, de profissional para profissional, atenta ao nosso cotidiano de trabalho, seus desafios e suas potências. Mas também atenta à poesia da vida.
E onde Minas entra nessa história? Meu modo de olhar a prática da Psicologia enxerga uma prática que está intrinsecamente conectada com a experiência pessoal da (o) profissional. Sabemos que esta experiência não pode embasar o trabalho, pois é necessário que nos coloquemos em segundo plano para dar luz as experiências daquele a quem a gente acolhe. A experiência dele é que deve brilhar em qualquer contexto de atuação em que estejamos inseridas (os). Entretanto, acredito que minha história de vida perpassa minhas escolhas pessoais e também profissionais. A escolha da minha abordagem teórica, da minha visão de homem, do meu contexto de atuação. Todos esses aspectos, a meu ver, são perpassados pelas minhas vivências de toda a vida até aqui. E, por isso, cabe então lembrar como se faz importante que passemos pelo processo de psicoterapia pessoal. Ter clareza da nossa história auxilia a colocá-la em suspenso quando atuamos. Mas a nossa história de vida conversa muito com a (o) profissional que escolhemos ser.
E é por isso que Minas entra nessa história. Desde a ideia inicial deste espaço, eu quis que Minas estivesse aqui. Eu sou parte de Minas Gerais e Minas Gerais é parte de mim. O nome do Blog, Cá entre nós, Psi!, carrega a mineiridade que eu quis aqui presente. Mineira (o) é assim. Gosta de uma conversa no pé do ouvido. Só entre nós. Na intimidade. No entre olhares. Cá entre nós. Porque a gente se entende. A gente compartilha no olhar, no sorriso e até no silêncio. A gente compartilha tomando um café com pão de queijo. Da prosa de pé de ouvido nascem projetos. Ideias. Negócios. Teorias. A prosa é potente. É criativa. Curativa. Faz fluir.
E é por isso que Minas tinha que estar aqui. Porque, das suas terras, eu nasci lá no Piumhi. Pequenino. Familiar. “Cidade Carinho”. Quer coisa mais bonita que um título desse? Lá onde a terra tem muito valor. Traz sustento. Traz identidade. Traz iguarias da culinárias mineira. “Cá entre nós”, o queijo da canastra é uma daquelas 100 delícias para se provar antes de morrer. Lá o vermelho da poeira me lembra quem eu sou eu. Me lembra que a moda de viola vibra no meu coração. Minha identidade entrelaçada à delicadeza da Cidade Carinho, à sensibilidade do violeiro e à mesa farta de histórias ao pé do ouvido.
Eu adoro ouvir histórias. E assim como na minha terra natal, a Psicologia pode ser também uma mesa farta de histórias ao pé de ouvido. Eu adoro escrever histórias.
Dos entrelaces de Minas, Psicologia e Cá entre nós, Psi! Das belezas de ofertar o que a gente sabe, a partir de quem a gente está sendo. É esse o meu desejo. Faz sentido pra você?
Lívia de Paula
Antonio
Em 21.09.2019